CONHECIMENTO GERAIS

segunda-feira, 14 de junho de 2010

PERÍODO HOMÉRICO: A SOCIEDADE GENTÍLICA:

PERÍODO HOMÉRICO: A SOCIEDADE GENTÍLICA:

A célula básica da sociedade grega após o século XII era o GENOS: grande família ainda não decomposta em famílias menores. Todos os descendentes do mesmo grupo viviam no mesmo lar. São características básicas do genos:

• O chefe era o pater famílias que dirigia o culto aos antepassados, responsável pela justiça (baseada nos costumes) e pela administração.

• A propriedade era coletiva (não podia ser vendida, nem cedida, nem dividida). O trabalho também era coletivo realizado em iguais condições. A produção era distribuída igualitariamente impedindo a diferenciação econômica. Era uma economia exclusivamente agro-pastoril. Se existisse excedente, a família comprava escravos, contratava artífices e adquiria mercadorias (tesouro do genos). Resumindo: a nível econômico temos o coletivismo, do ponto de vista social a igualdade e, do ponto de vista político, a autoridade do pater famílias.

• CAUSAS DA DESINTEGRAÇÃO DO GENOS: em primeiro lugar, o crescimento da população não era acompanhado, no mesmo ritmo, pelo crescimento da produção, pois as técnicas de cultivo eram muito rudimentais. Isso significa a diminuição da renda familiar, diminuição, portanto, da renda individual, gerando descontentamento.

• CONSEQUÊNCIAS DA DESINTEGRAÇÃO: no plano social, diferenciação social, aparecimento de grandes proprietários de terra, pequenos proprietários e os sem nada que tornaram-se demiurgos e piratas, e que tiveram que buscar uma alternativa – a segunda diáspora grega – na vida ao longo do litoral, tornado-se precursores do comércio marítimo; no plano político, passagem do poder do pater famílias para os parentes mais próximos – os Eupátridas – os bem nascidos. Isso deu origem à aristocracia grega; no plano econômico, surge a propriedade privada.

OBS.: a desagregação das comunidades primitivas da Grécia e, posteriormente, das de Roma, evoluiu para uma sociedade de classes cujo sistema de produção era escravista. O que isto quer dizer? Quando queremos compreender o modo de vida de uma sociedade, devemos começar observando o modo pelo qual os homens produzem os meios de subsistência. Sociedade de classes de base escravista significa que aparecem relações de produção em que poucos indivíduos passaram a deter, regime de propriedade privada, não só os instrumentos de trabalho mas também a terra e, finalmente, o trabalhador que foi reduzido à condição de escravo.
Para que esse processo se desencadeasse, a precondição fundamental foi a acumulação de riquezas (rebanhos, terras, instrumentos,...) que se originou sobre tudo do saque às populações vencidas em guerras. O emprego da força de trabalho do prisioneiro de guerra ou de populações inteiras que foram escravizadas passou a sustentar a comunidade.
O Estado, entre os gregos, surgiu no final do período homérico e no início da chamada era Arcaica. À gradativa diferenciação da sociedade em classes - fenômeno ocorrido quando da desintegração do sistema gentílico – correspondeu o progressivo distanciamento do poder político, que tendeu a ser concentrar nas mãos da aristocracia de nascimento e se separar da maioria da sociedade, opondo-se a ela. Ao mesmo tempo, as comunidades ligadas pelo parentesco passaram a se unir sob o princípio da territorialidade formando a polis.

Os gregos não ultrapassaram a concepção de cidades-estados: as polis gregas permaneceram isoladas, constituindo estados autônomos. Nenhuma das cidades-estados chegou a atingir o equilíbrio interno dos diferentes fatores econômicos e sociais que permitisse lançar-se a empreendimentos exteriores capazes de impulsionar a unificação da Grécia.